Projeto: “Folclore”
Podemos definir o folclore como um
conjunto de mitos e lendas que as pessoas passam de geração para
geração. Muitas destas histórias foram criadas para passar mensagens
importantes ou apenas para assustar as pessoas. O folclore pode ser dividido em
lendas e mitos. Muitos deles deram origem às festas populares, que ocorrem
pelos quatro cantos do país.
Nosso folclore:
Cantigas
de roda e brincadeiras:
ciranda cirandinha, pega-pega, passa anel, etc.
Culinária: feijoada, virado a paulista, etc.
Ditados
populares: “De grão em grão a galinha enche o papo”,
etc.
Brinquedos
populares: boneca de
pano, pião, bola de meia, etc.
Folclore
urbano: frases escritas
em pára-choques dos caminhões, etc.
Roupas: trajes próprios de cada região
Diferenças
de vocabulário: nomes
diferentes para um mesmo brinquedo (pipa, papagaio, pandorga), etc.
Lendas: histórias irreais que o povo conta para
explicar a formação do Universo, origem de plantas, frutos, etc.
Mitos: seres irreais (curupira, saci-pererê),
etc.
Danças: pezinho, ciranda, carimbó, etc.
Superstições: gato preto, pé de coelho, etc.
A ARTE E O FOLCLORE
Alguns artistas se inspiraram no nosso folclore e nas nossas tradições para realizarem seus trabalhos, dentre eles estão:
Literatura de Cordel
A Literatura de Cordel é formada por versos na maioria das vezes rimados; o cordel fala sobre o amor, festas, saudades, alegrias e tristezas. Os textos dessa literatura são ilustrados por meio de uma técnica chamada Xilogravura.
Xilogravura
Gravura em madeira trabalhada na superfície paralelamente às fibras da prancha; o termo também se aplica à estampa assim obtida.
Trata-se da mais antiga técnica de gravura, e seus princípios são muito simples. O artista desenha uma imagem sobre a superfície lisa e plena de um bloco de madeira e então, com a faca e as goivas, entalha as partes que deverão ser brancas, deixando a imagem projetar-se em relevo. Depois de revestir a superfície do bloco com nanquin, o xilógrafo coloca-o sobre uma folha de papel. Finalmente aplicando pressão sobre as costas da folha, à mão ou por meio de uma prensa, transfere para o papel uma impressão invertida da imagem gravada.
A história e a prática da xilogravura sempre estiveram intimamente ligadas à arte do livro.
Sugestões
para pesquisa
Escritores
de Cordel: Abraão
Batista, Ciro Fernandes, José Costa Leite, Marcelo Alves Soares, Minelvino
Francisco Silva, Severino Gonçalves de Oliveira.
Artistas da Xilogravura: Lasar Segall, Oswaldo Goeldi, Lívio Abramo, Renina Katz, Marcelo Grassmann, Fayga Ostrower, Maria Bonomi, Carlos Scliar, Gilvan Samico, entre outros.
Sugestão
de atividade: Xilogravura em bandeja de isopor (Isogravura)
Materiais: Bandeja de isopor, folha de sulfite,
papel vegetal, lápis, caneta esferográfica, Big Caneta Hidrográfica, Tempera
Guache, pincel chato de pelos e poesia ou letra de música.
Modo de fazer:
a) Escolha uma estrofe de poesia ou letra de música. Escreva-a em uma parte da folha de sulfite utilizando a Big Caneta Hidrográfica.
b) No papel vegetal crie um desenho relacionado com a letra escrita. Transfira-o para o isopor com o lápis calcando o desenho. Com a caneta esferográfica reforce os traços formando sulcos.
c) Com o pincel, passe a Tempera Guache sobre todo o isopor. Transfira a gravura para o papel, fazendo uma pressão do isopor sobre o papel e depois do papel sobre o isopor. Retire o isopor e terá a estampa transferida.
Algumas lendas, mitos e contos
folclóricos do Brasil:
Boitatá - Representada por uma cobra
de fogo que protege as matas e os animais e tem a capacidade de perseguir e
matar aqueles que desrespeitam a natureza.
Boto
- Acredita-se que a
lenda do boto tenha surgido na região amazônica. Ele é representado por um
homem jovem, bonito e charmoso que encanta mulheres em bailes e festas. Após a
conquista, leva as jovens para a beira de um rio e as engravida. Antes de a
madrugada chegar, ele mergulha nas águas do rio para transformar-se em um boto.
Curupira - Assim como o boitatá, o curupira
também é um protetor das matas e dos animais silvestres. Representado por um
anão de cabelos compridos e com os pés virados para trás. Persegue e mata todos
que desrespeitam a natureza. Quando alguém desaparece nas matas, muitos
habitantes do interior acreditam que é obra do curupira.
Lobisomem - Diz o mito que um homem foi atacado por
um lobo numa noite de lua cheia e não morreu, porém desenvolveu a capacidade de
transformar-se em lobo nas noites de lua cheia. Nestas noites, o lobisomem
ataca todos aqueles que encontrar pela frente. Somente um tiro de bala de prata
em seu coração seria capaz de matá-lo.
Mãe-D'água - Este personagem tem o corpo metade de
mulher e metade de peixe. Com seu canto atraente, consegue encantar os homens e
levá-los para o fundo das águas.
Mula-sem-cabeça - Contam que uma mulher teve um romance com um padre. Como castigo, em todas as noites de quinta para sexta-feira é transformada num animal quadrúpede que galopa e salta sem parar, enquanto solta fogo pelas narinas.
Saci-Pererê - O saci-pererê é representado por um menino negro que tem apenas uma perna. Sempre com seu cachimbo e com um gorro vermelho que lhe dá poderes mágicos. Vive aprontando travessuras e se diverte muito com isso. Adora espantar cavalos, queimar comida e acordar pessoas com gargalhadas.
Bumba-meu-Boi é uma das manifestações folclóricas brasileiras mais conhecidas
e populares. Trata-se de uma espécie de auto que mistura teatro, dança, música
e circo.
Cantando, conta-se a história da morte e da ressurreição de um boi.
A encenação pode ter várias formas, mas o enredo básico conta a
história da escrava Catirina (ou Catarina), grávida, que pede ao marido Francisco que mate
o boi mais bonito da fazenda porque quer comer a sua língua. Ele atende ao
desejo da mulher e é preso pelo seu feitor, que tenta ressuscitar o boi, com a
ajuda de curandeiros ou pajés. Quando o animal volta à vida, tudo é festa.
Outros personagens podem participar: Bastião, Arlequim, Pastorinha, Turtuqué, o
engenheiro, o padre, o médico, o diabo etc, todos quase sempre interpretados
por homens, que também fazem os personagens femininos.
Festa em Parintins (AM) - Garantido
e Caprichoso
A história mais contada sobre a origem dos nomes dos bois,
Garantido e Caprichoso, fala de um amor que o poeta Emídio Rodrigues Vieira
teria pela mulher do repentista Lindolfo Monteverde. Ambos apresentavam seus
bois todos os anos, até que Emídio desafiou: "Se cuide que este ano eu vou
caprichar no meu boi". Ao que o repentista respondeu: "Pois capriche
no seu que eu garanto o meu". A partir daí, a cada ano, um queria ser
melhor do que o outro.
Apesar de a rivalidade ser uma das características da festa, as
torcidas jamais devem vaiar a apresentação do boi adversário. Quando um
torcedor do Garantido quer se referir ao Caprichoso, diz apenas "o
contrário". E vice-versa. Os músicos que tocam no Caprichoso formam a
Marujada, enquanto os do Garantido são a Batucada.
“Bumba meu boi” – Cândido Portinari - 1959
Atividades: - Confeccionar com sucata bois
(Garantido e Caprichoso)
Objetivos:
- Proporcionar
às crianças o conhecimento das tradições de seu povo nas diferentes regiões do
país, as músicas, comidas típicas, personagens folclóricos, danças, etc.
-
Conhecer obras de pintores que retratam nosso folclore (Márcio Mello, Cândido
Portinari e outros).
- Conhecer a Festa de Parintins e seus personagens (Boi Caprichoso e Boi Garantido) e todos os significados trabalhados nesta festividade.
I – Boi com garrafa PET
Material: sucata (caixa de sapatos, garrafa pet e bloco de isopor), areia, tecidos (lisos e estampados), Crystal cola, Cola para lantejoula, Guache preto, papel laminado, cola quente e cola pra tecido, tesoura, olhos móveis e fitas.
Modo
de fazer:
1 –
Corpo do boi
a) Encha
a garrafa PET com areia e tampe.
b) Faça
um furo na caixa de sapatos (fundos) e encaixe a garrafa pet.
c) Corte
uma tira de tecido estampado, 50% maior que a volta toda da caixa. Decore e
realce as estampas com Crystal cola.
d) Corte
uma tira de tecido liso mais curta que o tecido estampado. Ela deverá ter o
mesmo comprimento do tecido estampado. Decore com Crystal cola.
e) Cole
o tecido estampado levemente franzido nas laterais da caixa de sapato.
f) Cole
um tecido liso por cima do estampado, no mesmo lugar.
g) Arredonde
a caixa de sapatos na parte superior.
h) Encape
essa caixa com tecido liso. Dê acabamento com uma fita larga colada em toda a
volta da caixa, sobre o início dos babados.
i) Cole
estrelas de papel alumínio, lantejoulas e pedras na parte superior da caixa de sapatos.
2 – Cabeça do boi
a) Pegue um bloco de isopor e, com a ajuda de uma faquinha, vá modelando a cabeça do boi. Pinte-a de preto com guache.
b) Cole lantejoulas, pedras e fitas. Com cola quente, cole a cabeça no corpo do boi.
Obs: Boi confeccionado pela professora Gloria Tommasi
II – Boi com embalagens de tinta
acrílica
Material: Primer, Tinta acrílica fosca, sucata (embalagem vazia de tinta acrílica / bisnagas), papelão, EVA preto, olhos móveis, pincel e tesoura.
Modo
de fazer:
a) Desenhe os chifres do boi, as orelhas e a cara no papelão. Recorte e pinte.
b) Pinte a caixa de tintas (sucata) com Primer. Dê duas demãos. Pinte com Tinta Acrílica fosca.
c) Recorte duas ovais em EVA preto e cole sobre a caixinha. Cole os olhos móveis. Cole os chifres, as orelhas, e a cara.
d) Para fazer um fantoche, cole o boi pronto sobre uma régua ou pedaço de madeira e aproveite para criar histórias inéditas com eles.
III – Boi com rolinhos de papel higiênico
Material: Crystal cola, Cola de EVA, Cola branca, EVA, tesoura, rolinho de papel higiênico, potinho de iogurte pequeno, palitos de sorvete e olhos móveis.
Modo
de fazer:
a) Recorte os chifres do boi em EVA e cole atrás da embalagem de iogurte (cabeça) com cola para EVA. Espere secar. Cole o rolinho de papel higiênico atrás da cabeça do boi.
b) Corte dois palitos de sorvete ao meio e cole as metades no rolinho pra fazer as pernas do boi. Corte um retângulo em EVA e decore com Crystal cola. Cole sobre o rolinho.
c) Picote uma tira de EVA, cole como um rolinho e cole atrás, por dentro do rolinho de papel higiênico (rabo do boi). Cole os olhinhos móveis e, com Crystal cola preta, faça as narinas do boi.
Conteúdos trabalhados:
- 22 de Agosto – Dia do
Folclore
- Lendas, mitos e contos
folclóricos do Brasil .
- Literatura de cordel e
xilogravura.
- Festa
em Parintins (AM) – Boi Garantido e Boi Caprichoso.
-
Teatro de fantoches.
- Pontos, linhas, formas, cores, contrastes, proporção, tridimensão, textura,
escultura e estética.
Técnicas
trabalhadas:
- Atividade
01 – Boi com garrafa PET – Montagem tridimensional e pintura sobre tecido e
isopor.
- Atividade
02 – Boi com embalagens de tinta acrílica – Pintura sobre sucatas.
-
Atividade 03 – Boi com rolinhos de papel higiênico – Montagem tridimensional e
pintura sobre EVA.
Encaminhamento do trabalho:
– Pergunte às crianças o que elas sabem
sobre Folclore.
- Fale sobre as lendas, mitos e contos
folclóricos. Peça que perguntem aos pais sobre esse assunto e compartilhem na
aula seguinte com os demais alunos da sala.
- Peça que tragam frases escritas em caminhões
e, com elas, monte um painel.
- Proponha que montem uma mesa com
pratos de várias regiões do país.
- Relembre com os alunos as brincadeiras
de rua e as cantigas de roda.
- Fale sobre a literatura de cordel e
faça com eles a atividade de isogravura.
- Fale sobre a história do Boi bumbá e,
em seguida, pergunte se já viram na TV as apresentações que acontecem no
Amazonas, em Parintins do Boi Caprichoso e do Boi Garantido. Peça que pesquisem
sobre o assunto na sala dos computadores da escola.
- Proponha que façam com sucatas os bois
e montem uma exposição na escola. Nessa exposição expliquem sobre a Festa do
Boi bumbá que acontece em várias partes do Brasil e a Festa de Parintins que
ficou tradicional e atrai todos os anos centenas de turistas para a cidade.
- Construa com as crianças o Boi Bumbá com caixas de papelão (sugestão em Brinquedos e Brincadeiras) e, com ele, encenem a história do boi e brinquem a valer.
Reflexão
-
Conversem sobre tudo que aprenderam sobre o Folclore, sobre a literatura de
cordel, sobre a confecção dos bois, a
Festa de Parintins, enfim façam uma reflexão sobre tudo o que foi aprendido e a
importância que o tema tem na vida dos brasileiros.
Observação: Para ter mais ideias leia os livros
“Comemorando e Aprendendo” I, II , III e IV de autoria de Ivete Raffa – Editora
Rideel
Colaboração – Prof. Glória
Tommasi – SP
Obs: Plano de Aula publicado no site da Acrilex - www.acrilex.com.br - link - "Educadores" - Pasta "Projetos"
Ivete Raffa
Arte educadora e Pedagoga
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