quarta-feira, 16 de junho de 2021

Projeto - "Bumba meu Boi"

Projeto: “Folclore”  

Podemos definir o folclore como um conjunto de mitos e lendas que as pessoas passam de geração para geração. Muitas destas histórias foram criadas para passar mensagens importantes ou apenas para assustar as pessoas. O folclore pode ser dividido em lendas e mitos. Muitos deles deram origem às festas populares, que ocorrem pelos quatro cantos do país.

Nosso folclore:

Cantigas de roda e brincadeiras: ciranda cirandinha, pega-pega, passa anel, etc.

Culinária: feijoada, virado a paulista, etc.

Ditados populares: “De grão em grão a galinha enche o papo”, etc.

Brinquedos populares: boneca de pano, pião, bola de meia, etc.

Folclore urbano: frases escritas em pára-choques dos caminhões, etc.

Roupas: trajes próprios de cada região

Diferenças de vocabulário: nomes diferentes para um mesmo brinquedo (pipa, papagaio, pandorga), etc.

Lendas: histórias irreais que o povo conta para explicar a formação do Universo, origem de plantas, frutos, etc.

Mitos: seres irreais (curupira, saci-pererê), etc.

Danças: pezinho, ciranda, carimbó, etc.

Superstições: gato preto, pé de coelho, etc.

 

A ARTE E O FOLCLORE

Alguns artistas se inspiraram no nosso folclore e nas nossas tradições para realizarem seus trabalhos, dentre eles estão:



Literatura de Cordel

A Literatura de Cordel é formada por versos na maioria das vezes rimados; o cordel fala sobre o amor, festas, saudades, alegrias e tristezas. Os textos dessa literatura são ilustrados por meio de uma técnica chamada Xilogravura.

 

Xilogravura

Gravura em madeira trabalhada na superfície paralelamente às fibras da prancha; o termo também se aplica à estampa assim obtida.

Trata-se da mais antiga técnica de gravura, e seus princípios são muito simples. O artista desenha uma imagem sobre a superfície lisa e plena de um bloco de madeira e então, com a faca e as goivas, entalha as partes que deverão ser brancas, deixando a imagem projetar-se em relevo. Depois de revestir a superfície do bloco com nanquin, o xilógrafo coloca-o sobre uma folha de papel. Finalmente aplicando pressão sobre as costas da folha, à mão ou por meio de uma prensa, transfere para o papel uma impressão invertida da imagem gravada.

A história e a prática da xilogravura sempre estiveram intimamente ligadas à arte do livro.


Sugestões para pesquisa

Escritores de Cordel: Abraão Batista, Ciro Fernandes, José Costa Leite, Marcelo Alves Soares, Minelvino Francisco Silva, Severino Gonçalves de Oliveira.

Artistas da Xilogravura: Lasar Segall, Oswaldo Goeldi, Lívio Abramo, Renina Katz, Marcelo Grassmann, Fayga Ostrower, Maria Bonomi, Carlos Scliar, Gilvan Samico, entre outros.

Sugestão de atividade: Xilogravura em bandeja de isopor (Isogravura)


Materiais: Bandeja de isopor, folha de sulfite, papel vegetal, lápis, caneta esferográfica, Big Caneta Hidrográfica, Tempera Guache, pincel chato de pelos e poesia ou letra de música.

Modo de fazer:

a) Escolha uma estrofe de poesia ou letra de música. Escreva-a em uma parte da folha de sulfite utilizando a Big Caneta Hidrográfica.

b) No papel vegetal crie um desenho relacionado com a letra escrita. Transfira-o para o isopor com o lápis calcando o desenho. Com a caneta esferográfica reforce os traços formando sulcos.

c) Com o pincel, passe a Tempera Guache sobre todo o isopor. Transfira a gravura para o papel, fazendo uma pressão do isopor sobre o papel e depois do papel sobre o isopor. Retire o isopor e terá a estampa transferida.

 


Algumas lendas, mitos e contos folclóricos do Brasil:


Boitatá - Representada por uma cobra de fogo que protege as matas e os animais e tem a capacidade de perseguir e matar aqueles que desrespeitam a natureza.

 

Boto - Acredita-se que a lenda do boto tenha surgido na região amazônica. Ele é representado por um homem jovem, bonito e charmoso que encanta mulheres em bailes e festas. Após a conquista, leva as jovens para a beira de um rio e as engravida. Antes de a madrugada chegar, ele mergulha nas águas do rio para transformar-se em um boto.

 

Curupira - Assim como o boitatá, o curupira também é um protetor das matas e dos animais silvestres. Representado por um anão de cabelos compridos e com os pés virados para trás. Persegue e mata todos que desrespeitam a natureza. Quando alguém desaparece nas matas, muitos habitantes do interior acreditam que é obra do curupira.

 

Lobisomem - Diz o mito que um homem foi atacado por um lobo numa noite de lua cheia e não morreu, porém desenvolveu a capacidade de transformar-se em lobo nas noites de lua cheia. Nestas noites, o lobisomem ataca todos aqueles que encontrar pela frente. Somente um tiro de bala de prata em seu coração seria capaz de matá-lo.

 

Mãe-D'água - Este personagem tem o corpo metade de mulher e metade de peixe. Com seu canto atraente, consegue encantar os homens e levá-los para o fundo das águas.

 

Mula-sem-cabeça - Contam que uma mulher teve um romance com um padre. Como castigo, em todas as noites de quinta para sexta-feira é transformada num animal quadrúpede que galopa e salta sem parar, enquanto solta fogo pelas narinas.

Saci-Pererê - O saci-pererê é representado por um menino negro que tem apenas uma perna. Sempre com seu cachimbo e com um gorro vermelho que lhe dá poderes mágicos. Vive aprontando travessuras e se diverte muito com isso. Adora espantar cavalos, queimar comida e acordar pessoas com gargalhadas.

Bumba-meu-Boi é uma das manifestações folclóricas brasileiras mais conhecidas e populares. Trata-se de uma espécie de auto que mistura teatro, dança, música e circo.
Cantando, conta-se a história da morte e da ressurreição de um boi.

A encenação pode ter várias formas, mas o enredo básico conta a história da escrava Catirina (ou Catarina),  grávida, que pede ao marido Francisco que mate o boi mais bonito da fazenda porque quer comer a sua língua. Ele atende ao desejo da mulher e é preso pelo seu feitor, que tenta ressuscitar o boi, com a ajuda de curandeiros ou pajés. Quando o animal volta à vida, tudo é festa. Outros personagens podem participar: Bastião, Arlequim, Pastorinha, Turtuqué, o engenheiro, o padre, o médico, o diabo etc, todos quase sempre interpretados por homens, que também fazem os personagens femininos.

 

Festa em Parintins (AM) - Garantido e Caprichoso

A história mais contada sobre a origem dos nomes dos bois, Garantido e Caprichoso, fala de um amor que o poeta Emídio Rodrigues Vieira teria pela mulher do repentista Lindolfo Monteverde. Ambos apresentavam seus bois todos os anos, até que Emídio desafiou: "Se cuide que este ano eu vou caprichar no meu boi". Ao que o repentista respondeu: "Pois capriche no seu que eu garanto o meu". A partir daí, a cada ano, um queria ser melhor do que o outro.

Apesar de a rivalidade ser uma das características da festa, as torcidas jamais devem vaiar a apresentação do boi adversário. Quando um torcedor do Garantido quer se referir ao Caprichoso, diz apenas "o contrário". E vice-versa. Os músicos que tocam no Caprichoso formam a Marujada, enquanto os do Garantido são a Batucada.

“Bumba meu boi” – Cândido Portinari - 1959


Atividades: - Confeccionar com sucata bois (Garantido e Caprichoso)  


Objetivos:

- Proporcionar às crianças o conhecimento das tradições de seu povo nas diferentes regiões do país, as músicas, comidas típicas, personagens folclóricos, danças, etc.

- Conhecer obras de pintores que retratam nosso folclore (Márcio Mello, Cândido Portinari e outros).

- Conhecer a Festa de Parintins e seus personagens (Boi Caprichoso e Boi Garantido) e todos os significados trabalhados nesta festividade.


I – Boi com garrafa PET

Material: sucata (caixa de sapatos, garrafa pet e bloco de isopor), areia, tecidos (lisos e estampados), Crystal cola, Cola para lantejoula, Guache preto, papel laminado, cola quente e cola pra tecido, tesoura, olhos móveis e fitas.

Modo de fazer:

1 – Corpo do boi

a)  Encha a garrafa PET com areia e tampe.

b)  Faça um furo na caixa de sapatos (fundos) e encaixe a garrafa pet.

c)  Corte uma tira de tecido estampado, 50% maior que a volta toda da caixa. Decore e realce as estampas com Crystal cola.

d) Corte uma tira de tecido liso mais curta que o tecido estampado. Ela deverá ter o mesmo comprimento do tecido estampado. Decore com Crystal cola.

e) Cole o tecido estampado levemente franzido nas laterais da caixa de sapato.

f)  Cole um tecido liso por cima do estampado, no mesmo lugar.

g) Arredonde a caixa de sapatos na parte superior.

h) Encape essa caixa com tecido liso. Dê acabamento com uma fita larga colada em toda a volta da caixa, sobre o início dos babados.

i)  Cole estrelas de papel alumínio, lantejoulas e pedras na parte superior da caixa de sapatos.


2 – Cabeça do boi

a) Pegue um bloco de isopor e, com a ajuda de uma faquinha, vá modelando a cabeça do boi. Pinte-a de preto com guache.

b) Cole lantejoulas, pedras e fitas. Com cola quente, cole a cabeça no corpo do boi.

Obs: Boi confeccionado pela professora Gloria Tommasi


II – Boi com embalagens de tinta acrílica

Material: Primer, Tinta acrílica fosca, sucata (embalagem vazia de tinta acrílica / bisnagas), papelão, EVA preto, olhos móveis, pincel e tesoura.

Modo de fazer:

a) Desenhe os chifres do boi, as orelhas e a cara no papelão. Recorte e pinte.

b) Pinte a caixa de tintas (sucata) com Primer. Dê duas demãos. Pinte com Tinta Acrílica fosca.

c) Recorte duas ovais em EVA preto e cole sobre a caixinha. Cole os olhos móveis. Cole os chifres, as orelhas, e a cara.

d) Para fazer um fantoche, cole o boi pronto sobre uma régua ou pedaço de madeira e aproveite para criar histórias inéditas com eles.


III – Boi com rolinhos de papel higiênico


Material: Crystal cola, Cola de EVA, Cola branca, EVA, tesoura, rolinho de papel higiênico, potinho de iogurte pequeno, palitos de sorvete e olhos móveis.

Modo de fazer:

a) Recorte os chifres do boi em EVA e cole atrás da embalagem de iogurte (cabeça) com cola para EVA. Espere secar. Cole o rolinho de papel higiênico atrás da cabeça do boi.

b) Corte dois palitos de sorvete ao meio e cole as metades no rolinho pra fazer as pernas do boi. Corte um retângulo em EVA e decore com Crystal cola. Cole sobre o rolinho.

c) Picote uma tira de EVA, cole como um rolinho e cole atrás, por dentro do rolinho de papel higiênico (rabo do boi). Cole os olhinhos móveis e, com Crystal cola preta, faça as narinas do boi.


Conteúdos trabalhados:

- 22 de Agosto – Dia do Folclore

- Lendas, mitos e contos folclóricos do Brasil .

- Literatura de cordel e xilogravura.

- Festa em Parintins (AM) – Boi Garantido e Boi Caprichoso.

- Teatro de fantoches.

- Pontos, linhas, formas, cores, contrastes, proporção, tridimensão, textura, escultura e estética.


Técnicas trabalhadas:

- Atividade 01 – Boi com garrafa PET – Montagem tridimensional e pintura sobre tecido e isopor.

- Atividade 02 – Boi com embalagens de tinta acrílica – Pintura sobre sucatas.

- Atividade 03 – Boi com rolinhos de papel higiênico – Montagem tridimensional e pintura sobre EVA.

 

Encaminhamento do trabalho:

– Pergunte às crianças o que elas sabem sobre Folclore.

- Fale sobre as lendas, mitos e contos folclóricos. Peça que perguntem aos pais sobre esse assunto e compartilhem na aula seguinte com os demais alunos da sala.

- Peça que tragam frases escritas em caminhões e, com elas, monte um painel.

- Proponha que montem uma mesa com pratos de várias regiões do país.

- Relembre com os alunos as brincadeiras de rua e as cantigas de roda.

- Fale sobre a literatura de cordel e faça com eles a atividade de isogravura.

- Fale sobre a história do Boi bumbá e, em seguida, pergunte se já viram na TV as apresentações que acontecem no Amazonas, em Parintins do Boi Caprichoso e do Boi Garantido. Peça que pesquisem sobre o assunto na sala dos computadores da escola.

- Proponha que façam com sucatas os bois e montem uma exposição na escola. Nessa exposição expliquem sobre a Festa do Boi bumbá que acontece em várias partes do Brasil e a Festa de Parintins que ficou tradicional e atrai todos os anos centenas de turistas para a cidade.

- Construa com as crianças o Boi Bumbá com caixas de papelão (sugestão em Brinquedos e Brincadeiras) e, com ele, encenem a história do boi e brinquem a valer. 

Reflexão

- Conversem sobre tudo que aprenderam sobre o Folclore, sobre a literatura de cordel, sobre a confecção dos bois,  a Festa de Parintins, enfim façam uma reflexão sobre tudo o que foi aprendido e a importância que o tema tem na vida dos brasileiros.


Observação: Para ter mais ideias leia os livros “Comemorando e Aprendendo” I, II , III e IV de autoria de Ivete Raffa – Editora Rideel

Colaboração – Prof. Glória Tommasi – SP

Obs: Plano de Aula publicado no site da Acrilex -  www.acrilex.com.br - link - "Educadores" - Pasta "Projetos"

Ivete Raffa

Arte educadora e Pedagoga

iveteraffa@uol.com.br

 

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