A pintura acompanha o ser humano por toda a sua história. Ainda que
durante o período grego clássico não tenha se desenvolvido tanto quanto a escultura, a pintura foi uma das principais formas de representação dos povos medievais, do Renascimento até o século XVIII.
A partir do século
XIX, com o crescimento da técnica
de reprodução de imagens, graças à Revolução Industrial, a pintura de cavalete perde o espaço que tinha
no mercado. Até então a gravura era a única forma de reprodução de imagens,
trabalho muitas vezes realizado por pintores. Mas com o surgimento da
fotografia, a função principal da pintura de cavalete, a representação de
imagens, enfrenta uma competição difícil. Essa é, de certa maneira, a crise da
imagem única e o apogeu de reprodução em massa.
No século XX a pintura de cavalete se mantém através da difusão da galeria
de arte. Mas a técnica da pintura
continua a ser valorizada por vários tipos de designers (ilustradores, estilistas,
etc.), especialmente na publicidade. Várias formas de reprodução técnica surgem nesse século, como o vídeo e diversos avanços na produção gráfica. A longo do século XX vários
artistas (dadaístas e membros da pop art) fazem experimentações com a pintura e
a fotografia, criando colagens e gravuras. Mas é com o advento da computação
gráfica que a técnica da pintura se une completamente à fotografia. A imagem
digital, por ser composta por pixeis, é um suporte em que se pode misturar as
técnicas de pintura, desenho, escultura (3D) e fotografia.
A partir da revolução da arte
moderna e das novas tecnologias, os
pintores adaptaram técnicas tradicionais ou as abandonaram, criando novas
formas de representação e expressão visual.
Na
base das artes visuais está o mecanismo da visão, cérebro e mãos. É com as mãos
que desenhamos, pintamos, esculpimos, etc. Para isso precisamos, além das mãos,
de vários materiais, isto é, instrumentos que possibilitem realizar as ações
como: lápis, giz, tintas, pincel, cinzel, entre outros. Manipulados pelo homem,
os instrumentos fazem o registro das ideias, materializando visualmente o
pensamento.
Tipos de suportes que utilizamos para
pintar
Podemos pintar
em vários tipos de suportes como: tela, ecotela, porcelana, madeira, plástico, vidro,
gesso, espelho, tampas de pizza, garrafas PET, latas de alumínio, caixas (sucatas),
azulejos, papéis, EVA, entre outros.
É necessário
observar qual o material utilizar, uma vez que para cada base o material deverá
ser específico.
Tipos de materiais que utilizamos para
pintar
I – Materiais para pintura secos
a) Carvão
O carvão é um material clássico no
desenho, talvez o mais antigo. Usa-se para esboçar ou para desenhos e pinturas
definitivas, de acordo com o suporte e a intenção. Atualmente é correntemente
usado em aulas de artes visuais e em escolas e academias de arte, pois
proporciona gradações muito expressivas.
O trabalho de carvão é muito frágil.
No final dos trabalhos o desenho deve ser fixado, coberto com um spray próprio,
ou com uma solução vaporizada de álcool e goma laca.
"Paisagem" – Eliana Tiné
– Goiânia – GO
b) Lápis
preto
O grafite foi o antecessor do lápis de
preto. Ele foi descoberto na Baviera em 1.400. No passado usavam alguns materiais na
confecção das minas como cera, goma-laca, resina, etc.
Hoje, existem no mercado uma
variedade enorme de qualidades de grafite, mais grossas, mais finas, mais
duras, mais macias, enfim, cada tipo é utilizado para uma determinada função.
Dura Média Macia
8H 7H 6H 5H 4H 3H 2H H HB F B 2B 3B 4B 5B 6B 7B 8B 9B
Por “H”
entende-se “Hard” – mina dura
Por “B”
entende-se “Brand” – mina macia
Por ”HB”
entende-se “Hard/Brand” – mina de dureza média
Os lápis pretos podem ser usados
praticamente em todas as superfícies, menos nas plastificadas, onde adere mal.
Quase todos os tipos de papel – lisos, texturizados, rugosos – são também
suportes adequados. Neles podemos realizar trabalhos com várias tonalidades de
cinza. O tipo de papel que se usa é
importantíssimo pois determina a forma como a grafite vai se comportar, Papéis
coloridos são frequentemente usados para trabalhos de desenho e grafite.
“Ventania” –
Márcia Querino Teixeira – Pirituba - SP
c) Lápis
de cor
Os lápis coloridos fazem a alegria
da criançada. Qualquer criança sonha em ter uma caixa de lápis de cor com 36
cores.
A boa qualidade de um lápis de cor é
fundamental para o êxito de um trabalho. Bem utilizados, podem produzir
trabalhos esplêndidos.
A mistura e a sobreposição de cores
valoriza o cromatismo fazendo com que um simples desenho ganhe mais vida.
Existem lápis
de cor de durezas diferentes, são três tipos principais:
- Lápis
de mina grossa e relativamente macia que são resistentes à luz e água e não
precisam de fixador.
- Lápis
de mina mais fina e mais dura, são usados para desenhos com muitos detalhes,
também resistentes a água.
- Os
lápis de minas solúveis em água (aquareláveis) permitem um trabalho misto de
desenho e aquarela.
“Pintura
Abstrata” – Márcia Querino Teixeira – Pirituba - SP
d) Giz
de cera
É
um material escolar,
usado principalmente para desenhar, constituído principalmente por parafina, pigmentos e cargas, apresentando uma vasta variedade de cores,
graças a mistura de seus corantes.
O
giz de cera é muito usado por crianças na
fase pré-escolar, por seu traço grosso, colorido e sua facilidade de uso. Em outras
ocasiões, por sua suavidade nos contornos são usados deitados, raspados,
misturados com guache ou para dar textura a um trabalho.
O seu uso é um pouco prejudicado pela
facilidade de se quebrar ao cair e o traço grosso dificulta pequenos detalhes,
mas nada que impeça bons trabalhos.
Além do “Giz de
cera”, existe o “Giz pastel seco” e o “Giz de cera oleoso” que proporcionam excelentes
resultados de pintura mas são usados principalmente nas pinturas artísticas.
“Pesca com peneira” – Eliana Tiné – Goiânia - GO
II – Materiais de pintura aquosos
a) Pintura
a dedo
A pintura a
dedo é, geralmente, o primeiro contato físico da criança com o mundo das
tintas, com as cores e a criação.
Esse tipo de
atividade estimula a criatividade, faz com que as crianças fiquem mais
desinibidas, contribui para o desenvolvimento da coordenação motora e da percepção
tátil.
O ato de
“carimbar” os dedos sobre uma base, significa “deixar a própria marca” e essa
atitude acompanha o ser humano desde o início da civilização.
“Jardim”
– Lucas Querino Teixeira – Pirituba – SP
b) Tinta
Guache
Na Idade Média já se usavam guaches nas iluminuras. Embora o guache seja principalmente uma técnica de pintura, é também,
usado muitas vezes para desenho e ilustrações ou ainda para trabalhar em conjunto com materiais variados de desenho.
Guache
é uma palavra que provem do Italiano “Guazzo” que quer dizer tinta de água. O
termo foi originalmente cunhado no século XVIII em França, embora a técnica
seja muito mais antiga, utilizada frequentemente no início do século XVI na
Europa.
O
guache é diluido em água até ter mais ou menos a consistência do azeite e o
ideal é aplicá-lo em papéis de alta gramatura para não enrugar ou esfarelar.
“Canoa” – Eliana Tiné – Goiânia - GO
c) Tinta
Acrílica
Tinta
Acrílica é uma tinta
sintética solúvel em água que
pode ser usada em camadas espessas ou finas, permitindo ao artista
combinar as técnicas da pintura a óleo e aquarela.
A
tinta acrílica possui uma secagem muito rápida, em oposição à tinta óleo que
chega a demorar meses para secar completamente em trabalhos com camadas
espessas, possui um odor menos intenso e não causa tantos danos a saúde por não
possuir metais pesados, como o cobalto da pintura a óleo.
Sua
praticidade, já que não depende de secantes e o diluente é a água, não é nociva
ao pintor. Seca rápido e a matriz cromática é ampla, a torna muito popular
entre artistas contemporâneos.
A
tinta acrílica é muito usada nas escolas pois ela é lavável, pode-se remover
sujeiras, com auxílio de uma esponja macia e sabão neutro. O preço dessa tinta
é bem acessível.
“Paisagem” –
Eliana Tiné – Goiânia - GO
d) Aquarela
A aquarela é uma técnica de pintura na qual os pigmentos se encontram suspensos ou dissolvidos em água. Os suportes utilizados para as pinturas aquareladas são muito variados, embora o mais comum seja o papel com elevada gramatura (300gr). São também utilizados como suporte o papiro, casca de árvore, plástico, couro, tecido, madeira e tela.
Obs: Texto publicado no site da Acrilex - www.acrilex.com.br - link "Educadores" - Edição nº 18
Ivete Raffa
Arte educadora e
Pedagoga
Livros pedagógicos e Capacitação de professores em Arte educação
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