quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Artes Plásticas - Modalidade 05 - Pintura

A arte de pintar...



A pintura acompanha o ser humano por toda a sua história. Ainda que durante o período grego clássico não tenha se desenvolvido tanto quanto a escultura, a pintura foi uma das principais formas de representação dos povos medievais, do Renascimento até o século XVIII.

A partir do século XIX, com o crescimento da técnica de reprodução de imagens, graças à Revolução Industrial,  a pintura de cavalete perde o espaço que tinha no mercado. Até então a gravura era a única forma de reprodução de imagens, trabalho muitas vezes realizado por pintores. Mas com o surgimento da fotografia, a função principal da pintura de cavalete, a representação de imagens, enfrenta uma competição difícil. Essa é, de certa maneira, a crise da imagem única e o apogeu de reprodução em massa.


No século XX a pintura de cavalete se mantém através da difusão da galeria de arte. Mas a técnica da pintura continua a ser valorizada por vários tipos de designers (ilustradores, estilistas, etc.), especialmente na publicidade. Várias formas de reprodução técnica surgem nesse século, como o vídeo e diversos avanços na produção gráfica. A longo do século XX vários artistas (dadaístas e membros da pop art) fazem experimentações com a pintura e a fotografia, criando colagens e gravuras. Mas é com o advento da computação gráfica que a técnica da pintura se une completamente à fotografia. A imagem digital, por ser composta por pixeis, é um suporte em que se pode misturar as técnicas de pintura, desenho, escultura (3D) e fotografia.

A partir da revolução da arte moderna e das novas tecnologias, os pintores adaptaram técnicas tradicionais ou as abandonaram, criando novas formas de representação e expressão visual.


Na base das artes visuais está o mecanismo da visão, cérebro e mãos. É com as mãos que desenhamos, pintamos, esculpimos, etc. Para isso precisamos, além das mãos, de vários materiais, isto é, instrumentos que possibilitem realizar as ações como: lápis, giz, tintas, pincel, cinzel, entre outros. Manipulados pelo homem, os instrumentos fazem o registro das ideias, materializando visualmente o pensamento.




Tipos de suportes que utilizamos para pintar

Podemos pintar em vários tipos de suportes como: tela, ecotela, porcelana, madeira, plástico, vidro, gesso, espelho, tampas de pizza, garrafas PET, latas de alumínio, caixas (sucatas), azulejos, papéis, EVA, entre outros.


É necessário observar qual o material utilizar, uma vez que para cada base o material deverá ser específico.


Tipos de materiais que utilizamos para pintar

I – Materiais para pintura secos

a) Carvão
O carvão é um material clássico no desenho, talvez o mais antigo. Usa-se para esboçar ou para desenhos e pinturas definitivas, de acordo com o suporte e a intenção. Atualmente é correntemente usado em aulas de artes visuais e em escolas e academias de arte, pois proporciona gradações muito expressivas.
O trabalho de carvão é muito frágil. No final dos trabalhos o desenho deve ser fixado, coberto com um spray próprio, ou com uma solução vaporizada de álcool e goma laca.

"Paisagem" – Eliana Tiné – Goiânia – GO

b) Lápis preto
O grafite foi o antecessor do lápis de preto. Ele foi descoberto na Baviera em 1.400.  No passado usavam alguns materiais na confecção das minas como cera, goma-laca, resina, etc.
Hoje, existem no mercado uma variedade enorme de qualidades de grafite, mais grossas, mais finas, mais duras, mais macias, enfim, cada tipo é utilizado para uma determinada função.
    Dura                                                     Média                                                    Macia
    8H   7H   6H   5H   4H   3H   2H   H   HB   F   B   2B   3B   4B   5B   6B   7B   8B   9B

Por “H” entende-se “Hard” – mina dura
Por “B” entende-se “Brand” – mina macia
Por ”HB” entende-se “Hard/Brand” – mina de dureza média

Os lápis pretos podem ser usados praticamente em todas as superfícies, menos nas plastificadas, onde adere mal. Quase todos os tipos de papel – lisos, texturizados, rugosos – são também suportes adequados. Neles podemos realizar trabalhos com várias tonalidades de cinza.  O tipo de papel que se usa é importantíssimo pois determina a forma como a grafite vai se comportar, Papéis coloridos são frequentemente usados para trabalhos de desenho e grafite.

“Ventania” – Márcia Querino Teixeira – Pirituba - SP

c)  Lápis de cor
Os lápis coloridos fazem a alegria da criançada. Qualquer criança sonha em ter uma caixa de lápis de cor com 36 cores.
A boa qualidade de um lápis de cor é fundamental para o êxito de um trabalho. Bem utilizados, podem produzir trabalhos esplêndidos.
A mistura e a sobreposição de cores valoriza o cromatismo fazendo com que um simples desenho ganhe mais vida.
Existem lápis de cor de durezas diferentes, são três tipos principais:
- Lápis de mina grossa e relativamente macia que são resistentes à luz e água e não precisam de fixador.
Lápis de mina mais fina e mais dura, são usados para desenhos com muitos detalhes, também resistentes a água.
Os lápis de minas solúveis em água (aquareláveis) permitem um trabalho misto de desenho e aquarela.

“Pintura Abstrata” – Márcia Querino Teixeira – Pirituba - SP

d) Giz de cera
É um material escolar, usado principalmente para desenhar, constituído principalmente por parafina, pigmentos e cargas, apresentando uma vasta variedade de cores, graças a mistura de seus corantes.
O giz de cera é muito usado por crianças na fase pré-escolar, por seu traço grosso, colorido e sua facilidade de uso. Em outras ocasiões, por sua suavidade nos contornos são usados deitados, raspados, misturados com guache ou para dar textura a um trabalho.
O seu uso é um pouco prejudicado pela facilidade de se quebrar ao cair e o traço grosso dificulta pequenos detalhes, mas nada que impeça bons trabalhos.
Além do “Giz de cera”, existe o “Giz pastel seco” e o “Giz de cera oleoso” que proporcionam excelentes resultados de pintura mas são usados principalmente nas pinturas artísticas.

“Pesca com peneira” – Eliana Tiné – Goiânia - GO

II – Materiais de pintura aquosos
a) Pintura a dedo
A pintura a dedo é, geralmente, o primeiro contato físico da criança com o mundo das tintas, com as cores e a criação.
Esse tipo de atividade estimula a criatividade, faz com que as crianças fiquem mais desinibidas, contribui para o desenvolvimento da coordenação motora e da percepção tátil.
O ato de “carimbar” os dedos sobre uma base, significa “deixar a própria marca” e essa atitude acompanha o ser humano desde o início da civilização.

“Jardim” – Lucas Querino Teixeira – Pirituba – SP

b) Tinta Guache
Na Idade Média já se usavam guaches nas iluminuras. Embora o guache seja principalmente uma técnica de pintura, é também, usado muitas vezes para desenho e ilustrações ou ainda para trabalhar em conjunto com materiais variados de desenho.
Guache é uma palavra que provem do Italiano “Guazzo” que quer dizer tinta de água. O termo foi originalmente cunhado no século XVIII em França, embora a técnica seja muito mais antiga, utilizada frequentemente no início do século XVI na Europa.
O guache é diluido em água até ter mais ou menos a consistência do azeite e o ideal é aplicá-lo em papéis de alta gramatura para não enrugar ou esfarelar.

“Canoa” – Eliana Tiné – Goiânia - GO

c) Tinta Acrílica
Tinta Acrílica é uma tinta sintética solúvel em água que pode ser usada em camadas espessas ou finas, permitindo ao artista combinar as técnicas da pintura a óleo e aquarela.
A tinta acrílica possui uma secagem muito rápida, em oposição à tinta óleo que chega a demorar meses para secar completamente em trabalhos com camadas espessas, possui um odor menos intenso e não causa tantos danos a saúde por não possuir metais pesados, como o cobalto da pintura a óleo.
Sua praticidade, já que não depende de secantes e o diluente é a água, não é nociva ao pintor. Seca rápido e a matriz cromática é ampla, a torna muito popular entre artistas contemporâneos.
A tinta acrílica é muito usada nas escolas pois ela é lavável, pode-se remover sujeiras, com auxílio de uma esponja macia e sabão neutro. O preço dessa tinta é bem acessível.




“Paisagem” – Eliana Tiné – Goiânia - GO

d) Aquarela
A aquarela é uma técnica de pintura na qual os pigmentos se encontram suspensos ou dissolvidos em água. Os suportes utilizados para as pinturas aquareladas são muito variados, embora o mais comum seja o papel com elevada gramatura (300gr). São também utilizados como suporte o papiro, casca de árvore, plástico, couro, tecido, madeira e tela.

Obs: Texto publicado no site da Acrilex - www.acrilex.com.br - link "Educadores" - Edição nº 18
Ivete Raffa
Arte educadora e Pedagoga
Livros pedagógicos e Capacitação de professores em Arte educação

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