O desenvolvimentos infantil x Materiais expressivos
A
educação em arte propicia o desenvolvimento do pensamento artístico que
caracteriza um modo particular de dar sentido às experiências das pessoas
e, por meio dele, o aluno amplia a sensibilidade, a percepção, a reflexão
e a imaginação. Aprender arte envolve, basicamente, fazer trabalhos artísticos,
apreciar e refletir sobre eles. Envolve, também, conhecer, apreciar e refletir
sobre as formas da natureza e sobre as produções artísticas individuais e
coletivas de distintas culturas e épocas.
A criança, nas séries iniciais, não tem grandes compromissos com arte, ela simplesmente se expressa. Da primeira a quinta série do Ensino Fundamental ela busca se aproximar das produções existentes. Nessa fase, o professor nunca deve deixar modelos pela sala porque a tendência do aluno é copiar. A vivência integral desse momento, se bem direcionada, dará melhor possibilidade da criança estruturar trabalhos próprios, com marca individual e criativa.
Expressar-se
artisticamente é questão de conhecer e realizar sempre de forma inédita,
desenvolver habilidades, experimentar novos produtos, novas bases, enfim, novas
possibilidades.
É de grande importância que os alunos sejam desafiados, instigados e motivados para a arte. Que tenham materiais suficientes e com boa qualidade para que possam desenvolver suas atividades com êxito.
No início, as experiências artísticas acontecem quase automaticamente, aos
poucos, as crianças começam a observar as produções dos colegas, comparar,
criticar e, muitas vezes, começam a achar que não conseguem fazer arte porque
são cobrados de resultados belos e inusitados, sendo assim, as novidades são
sempre bem vindas no processo criativo.
Material do aluno x resultado dos trabalhos
Várias crianças pegam verdadeiro pavor dos trabalhos artísticos por conta do material que utilizam e dos resultados que conseguem.
Muitas vezes, ao término do trabalho, a professora reúne os alunos em círculo para sistematizar o que foi aprendido e algumas crianças não querem colocar o seu trabalho dizendo que ficou “feio”, que está “horrível”, etc.
Quando os pais recebem as listas de materiais para o próximo ano, eles ficam irritados pelo tamanho dela, acham que muitos materiais não são necessários e, ao chegarem a papelaria, compram aqueles que tem menor preço. Não pensam nos resultados catastróficos que ocorrem na vida criativa da criança, quando utilizam um lápis de cor que não pinta, um guache que não tem cor viva e que não cobre ou uma cola que meleca e não cola. Isso pode bloquear a criança de tal forma, que todas as vezes que tiver um trabalho de arte para fazer, ela dará uma desculpa, ficará irritada, não irá querer participar do momento de finalização, procurará sempre esconder o seu trabalho ou tentará até faltar na escola nos dias das aulas de Artes.
Sendo assim, todas as escolas deveriam numa das reuniões de pais,
principalmente a última do ano, conversar com os eles sobre alguns aspectos dos
materiais escolares:
1) Procurar ver a procedência deles, quais possuem os selos necessários que garantem a qualidade à utilização infantil, principalmente no que diz respeito à toxidade.
2) Observar a validade dos produtos e o tipo de embalagens que eles tem.
3) Observar a qualidade dos produtos, tendo em mente que, ao serem utilizados darão o retorno e satisfação que as crianças esperam. Existem materiais no mercado que dão péssimos resultados e desmotivam as crianças.
Atividades artísticas – Devemos oferecer materiais diferentes para que elas são se tornem monótonas
Nas aulas de artes, as crianças precisam desenvolver atividades diferentes e,
cabe ao professor, desafiá-las sempre para que procurem novas soluções,
experimentem novos materiais e criem algo inédito. Dessa forma a criança estará
sempre criando, inovando e aprendendo, ao passo que quando as atividades
propostas são do mesmo tipo a tendência é que ela se canse e ache tudo muito
chato e sem significado.
As crianças da Ed. Infantil precisam ter contato com diferentes materiais expressivos. Inicialmente ofereça produtos secos, depois produtos líquidos (colas coloridas, pintura a dedo, guache, tinta acrílica, etc).
- Giz de cera / Lápis de cor – Ofereça inicialmente o “Meu
1º Giz”, eles são grossos e facilitam o trabalho da criança ao pegar uma vez
que elas ainda não possuem coordenação adequada para giz redondo muito fino ou
lápis. Em seguida, ofereça o “Giz Triangular” que devido à sua anatomia também
facilita a pega. Somente depois de bastante familiarizados com tudo isso é que
partirão para o uso do lápis de cor.
- Colas – A primeira cola deverá ser a “Cola bastão”,
depois a “Cola branca” e “Cola transparente”.
- Cola Gliter – A criança pensa que a cola gliter dá relevo e ela dá somente brilho. O professor precisa esclarecer isso a ela. Algumas que são vendidas nas papelarias contribuem para a frustração na realização das atividades. Elas “melecam”, “escorrem” e demoram muito pra secar, acabam estragando o resultado final do trabalho.
- Cola Gliter – A criança pensa que a cola gliter dá relevo e ela dá somente brilho. O professor precisa esclarecer isso a ela. Algumas que são vendidas nas papelarias contribuem para a frustração na realização das atividades. Elas “melecam”, “escorrem” e demoram muito pra secar, acabam estragando o resultado final do trabalho.
- Crystal cola e Cola colorida - Estas colas podem ser
utilizadas pelas crianças desde a Educação Infantil pois dão relevo e embelezam
as atividades.
- Pintura a dedo – É a primeira “tinta” que a criança pequena deve ter contato. Ela aplica sobre a base (cartolina, papel cartão, papelão e outros) com os próprios dedos. Depois da pintura a dedo ofereça o Guache, depois Guache Glytter e Guache Metálico.
- Tinta Acrílica – A criança deverá ter contato com ela a partir da 1ª série da Ed. Fundamental I.
Criar é
desafiar-se o tempo todo e ter acesso aos novos materiais que existem que
proporcionam experimentações incríveis, com resultados mais incríveis ainda.
Obs: Texto publicado no site da Acrilex - www.acrilex.com.br - link "Educadores" - Edição 20.
Ivete Raffa
Arte
Educadora e Pedagoga
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