quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

A Arte e a Ciência - O artista e o cientista

A  ARTE  E  A  CIÊNCIA
O artista e o cientista


Existe uma grande similaridade entre o artista e o cientista. Ambos realizam o mesmo exercício básico, que é a criação.

Quando um pintor realiza reproduções (cópias) de grandes mestres da pintura, destinadas à decoração, mesmo que as fazendo perfeitas e absolutamente fiéis aos originais, não deverão ser consideradas obras de arte, por não exibirem o aspecto de criação. O pintor tem habilidades que lhe permitem copiar tal qual o original, mas não consegue criar.

Um artífice reproduz o que o cientista criou, podemos dizer que o cientista foi quem inventou a Penicilina e o artífice a fabrica.











    
"Demoiselles d'Avignon" - 1907 - Pablo Picasso

Analisando e comparando vida e obra de Albert Einstein e do pintor Pablo Picasso, os maiores representantes de suas respectivas áreas no século XX, percebemos que  o trabalho mais importante da carreira de cada um deles aconteceu no ano de 1905. Neste ano, Einstein publicou a Teoria da Relatividade, e Picasso começou a pintura de “Les Demoiselles d´Avignon”.
A primeira década do século XX, época inovadora, de mudanças, quase parecida com Renascença, poetas e rebeldes questionavam o conhecimento tradicional na arquitetura, arte e física. Einstein e Picasso foram motivados por isso. Estavam na casa dos 20 anos, eram rebeldes, pobres e viviam à procura de novidades.


Einstein era funcionário público, conseguiu um emprego no escritório de patentes graças à indicação de um amigo, porque não havia sido tão brilhante na universidade. Em 1904, casou-se com uma ex-colega de universidade, Mileva Maric. Tiveram o primeiro filho e passavam por dificuldades financeiras, mas apesar de tudo isso entre 1902 a 1909 teve seus período mais criativo.
Já Picasso morava em Paris, e embora seu talento tenha sido reconhecido quase imediatamente, seus admiradores eram seus amigos escritores, entre eles Guillaume Flammarion, e não outros pintores. Seu ateliê era no pico da região de Montmartre, na capital francesa, local onde até hoje é o refúgio de pintores da Europa.
Pensando na criatividade de Picasso e Einstein, podemos refletir que no momento da criatividade não há barreira entre ciência e arte.

Os físicos, naquela época, faziam distinção entre ondas e partículas. Einstein achava que duas formas de medida eram redundantes, ele não considerava estética esta dupla possibilidade. Na mesma época, Picasso também buscava uma nova estética, que começou com “Les Demoiselles d´Avignon”, quadro concluído em 1907. Já nesta obra, há uma mulher cujo rosto já tem as marcas do cubismo. 
A preocupação dele em fazer um quadro não era menor que a de um cientista em sua pesquisa. Picasso faz pesquisa a respeito de novas criações tecnológicas, como o avião, o telégrafo, automóvel e a fotografia, mas foi na matemática que  descobriu a geometria multifuncional e começou a fazer uma série de experiências geométricas na pintura, buscando maneiras de desenvolver a 4ª dimensão na tela. Ele descobriu que a geometria era o conceito certo para a expressão de sua arte.


Ivete Raffa
Arte educadora e Pedagoga

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