segunda-feira, 21 de abril de 2014

A importância da contextualização numa atividade artística

A importância da contextualização numa atividade artística


A arte nos dias atuais vem se destacando de maneira significativa. Copiar o que já existe ficou pra trás, hoje é valorizada toda forma de expressão que seja inédita, criativa, diferente.

O professor de Artes desempenha papel fundamental nessa nova busca artística, sendo assim, é necessário que ele:
a)    Conheça bem os conteúdos artísticos que serão abordados junto aos alunos e busque sempre diferentes maneiras de ensinar cada uma das linguagens artísticas.
b)    Tenha conhecimento artístico que possibilite identificar o momento que cada aluno está vivenciando em seu percurso criativo para fazer as intervenções necessárias que permitam a ampliação de repertório.
c)    Seja construtor de conhecimentos, semeador de ideias e práticas que resultem na aprendizagem artística significativa dos seus alunos.
d)    Consiga valorizar o potencial criativo dos estudantes.
e)    Saiba perceber, compreender e avaliar as ideias que os alunos transmitem nas diferentes linguagens artísticas.
f)     Incentive os estudantes na sua formação cultural para que possam perceber-se como sujeitos participantes do mundo.
g)    Mostre a importância de entender que a arte tem conteúdos e objetivos próprios e que na educação atual não há lugar para se fazer “qualquer coisa” ou para “copiar”.


Muitos professores trabalham nas aulas de Artes com atividades improvisadas para os seus alunos de forma que ao realizá-las, eles não refletem sobre o assunto, não percebem o que podem aprender, não criam nada novo, enfim, perdem a oportunidade de ampliar seu repertório artístico.

O professor comprometido com a linguagem da arte e com seus alunos permite e conduz os que estão sob sua responsabilidade a:
a)    Conhecerem via obras de arte, como vivem e convivem outros povos, os gêneros artísticos, as etnias, as religiões etc.
b)    Aprenderem mais sobre a tolerância, respeito e diálogo com o diferente nas diversas leituras de mundo que os trabalhos de arte trazem.
c)    Aprenderem a história não só da arte, mas a história como um todo.



Contextualizar é problematizar. É uma forma de abordar o conteúdo ou mesmo situar tal fato no tempo e no espaço do universo em que está envolvido, portanto é de suma importância que os alunos ao trabalharem um tema busquem referências históricas que “clareiem” o entendimento daquele assunto, que pesquisem, que troquem informações e, a partir desse conhecimento e entendimento, produzam a sua própria arte.

Se as atividades acontecerem sem que haja conhecimento e debate prévio, os resultados serão bem inferiores do que poderiam ser atingidos, inclusive com menos criatividade. Quando o assunto é bem trabalhado os resultados são maravilhosos e bem diferentes uns dos outros pois cada um tem seu traço, cada um tem suas cores preferidas, cada um se expressa de forma própria e isso que faz com que a disciplina “Artes” tenha resultados inéditos.


Exemplo 01 - “Abaporu” de Tarsila do Amaral (atividade solta)
a)    A professora mostra a obra aos alunos e pede que falem o que veem.
b)    Fala sobre a vida da artista.
c)    Pede aos alunos que olhem a obra e refaçam sobre tela, papel, madeira ou outro material.

  

Exemplo 02“Abaporu” de Tarsila do Amaral (atividade contextualizada)
a)    A professora pede aos alunos que pesquisem quem foi Tarsila do Amaral, em que época ela viveu e o que acontecia no mundo daquela época (Modernismo), como eram suas obras, suas fases artísticas, as cores que ela usava, as linhas, enfim, que tragam o máximo de informações.
b)    Faz uma roda de conversa onde cada criança fala um pouquinho sobre o que foi pesquisado.
c)    Propõe que escrevam um texto coletivo sobre a artista e suas obras.
d)    A professora mostra a obra “Abaporu” para os alunos e pede que falem o que vêem.
e)    Faz com as crianças a leitura formal: Que cores vemos? Quais as linhas que aparecem na obra? As formas? Existe perspectiva? Texturas? Quais os elementos que aparecem na obra?, etc.
f)     Faz a leitura interpretativa: O que essa obra me diz? Que mensagem ela está representando? Como era o Brasil e o mundo na época que a obra foi realizada? Qual a intenção de Tarsila representar a cabeça do homem tão pequena e os pés tão grandes?
Obs: Nesse momento os alunos já conhecem Tarsila, suas obras, o momento histórico que ela viveu e o que a obra Abaporu representa.
g)    Peça aos alunos que se apropriem da obra e criem sua própria obra:
- Representem uma parte dela (zoom).
- Representem a obra trazendo-a para os dias atuais, inserindo outros elementos.
- Juntem a obra com outra obra da Tarsila ou de outro artista que represente o mesmo tema.
- Represente a obra mudando os elementos de lugar.
- Represente-a com diferentes técnicas,  materiais e bases.
- Represente-a de forma tridimensional, etc.
     h) Promova uma exposição dos trabalhos dos alunos e peça que falem o que aprenderam com esse tema.


Ivete Raffa
Arte educadora e pedagoga


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