sábado, 26 de julho de 2014

A arte na sala de aula

“A arte na sala de aula”


A escola é o primeiro espaço formal onde se dá o desenvolvimento de cidadãos e o contato com a arte nessa primeira fase escolar é importantíssimo. Ainda hoje, vemos escolas onde a arte é encarada como atividade de lazer e recreação.

É necessário que diretores de escola, coordenadores e pais entendam a importância do trabalho com a arte, uma vez que ela mexe com o emocional das pessoas. A arte faz com que a criança aprenda a ver as coisas com outros olhos, que se expresse com mais naturalidade e encontre soluções inusitadas para os desafios que aparecem à sua frente.


Para que esse contato aconteça de maneira produtiva é importante que os professores se formem com profissionalismo, que busquem atualização sempre e que ampliem seu repertório cultural para assim, poderem orientar as crianças e os jovens no desenvolvimento artístico.

A arte é transformadora e para que isso aconteça há a necessidade de propor sempre aos alunos, atividades que contemplem o conhecimento artístico, a fruição estética e o fazer artístico criativo.


A sala de aula deverá ser como um atelier de um artista ou o laboratório do cientista. Neles se desenvolvem pesquisas, técnicas, outras técnicas são criadas, experimentadas, vários materiais são testados, o processo criativo acontece e, às vezes, toma rumos que o próprio aluno não imaginava no início da atividade. Esse processo é sempre um desafio. Existe um ponto de partida mas os resultados finais são sempre diferentes de aluno para aluno.

Hoje o trabalho com a arte não está embasado no talento para a arte ou no dom, mas na capacidade de experimentar de cada um. Dessa forma, os alunos são estimulados a desenhar, representar, dançar, tocar, escrever, pintar, modelar, entre outras coisas.


Isso fará com que os alunos peguem gosto pelas atividades artísticas não só na escola mas em todo o seu dia a dia, fazendo assim parte de suas vidas, deixando de ser algo incompreensível e elitista, distante de sua realidade.

Portanto, o processo de criação de cada criança terá conexão com seus próprios valores e sentidos, fazendo com que cada resultado seja um, por exemplo, ao se estudar a obra “Estrada de Ferro Central do Brasil” de Tarsila do Amaral, cada criança buscará nas suas lembranças o conhecimento ou referências sobre os morros, saneamento básico, tipos de moradias, relacionamentos sociais, locais de lazer, pessoas e vegetação, enfim, a partir das suas lembranças, dos seus traços, gosto pelas cores, etc. A partir do que for discutido em sala de aula sobre o assunto é que ele irá criar e pintar o seu desenho ou representar a vida dos moradores daquele local.


Esse processo pedagógico busca a dinâmica entre o sentir, o pensar e o agir. Promove a interação entre saber e prática relacionados à história, às sociedades e às culturas, possibilitando uma relação ensino/aprendizagem de forma efetiva.

Nas aulas de artes de dez ou vinte anos atrás, os alunos saiam com todas as atividades iguaizinhas, esses resultados deixavam as crianças frustradas e sem ânimo para novas atividades artísticas.  Hoje, ao final das atividades, o professor reunirá todos os trabalhos no centro da sala e os alunos se sentarão em volta. O professor pedirá que cada criança fale sobre seu percurso criativo e, no final, relembrará de onde partiram, o que aprenderam e qual a importância dessa atividade pra cada um. Esse tipo de aula é muito mais instigadora e prazerosa, o que faz com que as crianças cada vez mais queiram realizar atividades artísticas.


Obs: Texto publicado no site da Acrilex – www.acrilex.com.br – link “Educadores” – Edição 07.
Obs: Atividades que ilustram o texto foram feitas pelos alunos da prof. Fernanda Estefano Bortolazzo de Capivari - SP.

Ivete Raffa
Arte educadora e Pedagoga
Cursos e Livros para professores

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