“A arte na sala de
aula”
A escola é o primeiro espaço formal onde se
dá o desenvolvimento de cidadãos e o contato com a arte nessa primeira fase
escolar é importantíssimo. Ainda hoje, vemos escolas onde a arte é encarada
como atividade de lazer e recreação.
É necessário que diretores de escola,
coordenadores e pais entendam a importância do trabalho com a arte, uma vez que
ela mexe com o emocional das pessoas. A arte faz com que a criança aprenda a
ver as coisas com outros olhos, que se expresse com mais naturalidade e
encontre soluções inusitadas para os desafios que aparecem à sua frente.
Para que esse contato aconteça de maneira
produtiva é importante que os professores se formem com profissionalismo, que
busquem atualização sempre e que ampliem seu repertório cultural para assim,
poderem orientar as crianças e os jovens no desenvolvimento artístico.
A arte é transformadora e para que isso
aconteça há a necessidade de propor sempre aos alunos, atividades que
contemplem o conhecimento artístico, a fruição estética e o fazer artístico
criativo.
A sala de aula deverá ser como um atelier de
um artista ou o laboratório do cientista. Neles se desenvolvem pesquisas,
técnicas, outras técnicas são criadas, experimentadas, vários materiais são
testados, o processo criativo acontece e, às vezes, toma rumos que o próprio
aluno não imaginava no início da atividade. Esse processo é sempre um desafio.
Existe um ponto de partida mas os resultados finais são sempre diferentes de
aluno para aluno.
Hoje o trabalho com a arte não está embasado
no talento para a arte ou no dom, mas na capacidade de experimentar de cada um.
Dessa forma, os alunos são estimulados a desenhar, representar, dançar, tocar,
escrever, pintar, modelar, entre outras coisas.
Isso fará com que os alunos peguem gosto
pelas atividades artísticas não só na escola mas em todo o seu dia a dia,
fazendo assim parte de suas vidas, deixando de ser algo incompreensível e
elitista, distante de sua realidade.
Portanto, o processo de criação de cada
criança terá conexão com seus próprios valores e sentidos, fazendo com que cada
resultado seja um, por exemplo, ao se estudar a obra “Estrada de Ferro Central
do Brasil” de Tarsila do Amaral, cada criança buscará nas suas lembranças o
conhecimento ou referências sobre os morros, saneamento básico, tipos de
moradias, relacionamentos sociais, locais de lazer, pessoas e vegetação, enfim,
a partir das suas lembranças, dos seus traços, gosto pelas cores, etc. A partir
do que for discutido em sala de aula sobre o assunto é que ele irá criar e
pintar o seu desenho ou representar a vida dos moradores daquele local.
Esse processo pedagógico busca a dinâmica
entre o sentir, o pensar e o agir. Promove a interação entre saber e prática
relacionados à história, às sociedades e às culturas, possibilitando uma
relação ensino/aprendizagem de forma efetiva.
Nas aulas de artes de dez ou vinte anos
atrás, os alunos saiam com todas as atividades iguaizinhas, esses resultados
deixavam as crianças frustradas e sem ânimo para novas atividades artísticas. Hoje, ao final das atividades, o professor
reunirá todos os trabalhos no centro da sala e os alunos se sentarão em volta.
O professor pedirá que cada criança fale sobre seu percurso criativo e, no
final, relembrará de onde partiram, o que aprenderam e qual a importância dessa
atividade pra cada um. Esse tipo de aula é muito mais instigadora e prazerosa,
o que faz com que as crianças cada vez mais queiram realizar atividades
artísticas.
Obs: Texto publicado no site da Acrilex – www.acrilex.com.br – link “Educadores” –
Edição 07.
Obs: Atividades que ilustram o texto foram feitas pelos alunos da prof. Fernanda Estefano Bortolazzo de Capivari - SP.
Ivete
Raffa
Arte educadora e Pedagoga
Cursos e Livros para professores
Nenhum comentário:
Postar um comentário